|
EXPEDIÇÕES EM RESGATE DAS FRUTAS
Bem-vindo a pagina dos colecionadores de frutas! Você está convidado à conhecer a maior coleção de frutas do Brasil
EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.020 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.019 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.018 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.017 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.016 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.015 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES REALIZADAS EM 2.014 E NOVIDADES EXPEDIÇÕES
REALIZADAS EM 2.013 E NOVIDADES
EXPEDIÇÕES REALIZADAS EM 2.012 E NOVIDADES |
EXPEDIÇÕES REALIZADAS EM 2.011 E NOVIDADES
EXPEDIÇÃO DOS ULTIMOS 6 MESES DE 2.010
NOVIDADES PRODUZIDAS NOS ULTIMOS 6 MESES DE
2.010 EXPEDIÇÃO DOS PRIMEIROS 6 MESES DE 2.010
NOVIDADES PRODUZIDAS NOS PRIMEIROS 6 MESES
DE 2.010 EXPEDIÇÃO DOS ULTIMOS 6 MESES DE 2.009
NOVIDADES PRODUZIDAS NOS ULTIMOS 6 MESES DE
2.009 EXPEDIÇÃO DOS PRIMEIROS 6 MESES DE 2.009
NOVIDADES PRODUZIDAS NOS PRIMEIROS 6 MESES DE
2.009 Relatório da expedição de 12/04/09
NOVIDADES PRODUZIDAS E ADQUIRIDAS EM 2.008
|
AS PRIMEIRAS ANDANÇAS PELO MATO:
No Suplemento agrícola de quarta feira 1 de novembro de 2.006, na Sessão cartas, o seguinte comentário chama a nossa atenção : “Há cerca de 60 anos comi uma jabuticaba conhecida como jabuticaba de cipó, mas nunca mais a encontrei, em lugar nenhum” diz Elvio Cassandro São Carlos – SP.
Lamentavelmente a introdução de frutas exóticas e a falta de conhecimento e comedimento das autoridades, as mais de 500 espécies nativas do Brasil, estão ficando esquecidas. É por isso que umas poucas pessoas que são os “colecionadores de frutas” estão cultivando e preservando as frutas nativas de nossa terra. Felizmente o leitor que fez a pergunta no suplemento agrícola do Estadão; pode encontrar mudas de Jabuticaba de cipó que para esse ano mais de 200 mudas da fruteira estarão disponíveis a partir de novembro.
Muitos dos visitantes e amantes da natureza ficam felicíssimos quando vêem depois de 20, 30 ou 50 anos as frutas que comeram na infância, só como exemplo uma visitante ficou satisfeito quando comeu em minha propriedade o Puruí ou marmelada que viu e comeu a fruta quando fazia uma pescaria no Mato Grosso a cerca de 40 anos atrás!
É com esse objetivo em mente que eu, Helton Josué Teodoro Muniz venho fazendo um trabalho de resgate das frutas nativas, não só colhendo material para identificação como fazem muitos botânicos, mais coletando sementes e até mudas para que a planta possa ser cultivada e preservada! Aproveitando esse argumento, venho a instar com os botânicos, pesquisadores, erveiros e suas respectivas instituições no Brasil, para que coletem sementes e não apenas amostras, para que seja montado não apenas um herbário com exsicatas de plantas secas; mais sim um campus de plantas vivas, uma verdadeira coleção a fim de preservar as espécies, pois com a exploração indiscriminada que está havendo hoje, muitas espécies correm o risco de extinguir, sendo esse um motivo a mais para que nossas frutas, arvores e ervas sejam cultivadas e estudadas mais sistematicamente.
Por isso, o Sitio frutas raras é um pequeno exemplo do muito que pode ser feito. Já jaz 12 anos que iniciei o plantio e estudo das arvores e até a presente data (10/02/07) foram percorridos cerca de 10.000 km à procura das frutas nativas de minha região, num raio de até 150 km, onde pude resgatar aproximadamente 100 espécies de frutas nativas, quer do cerrado, da mata atlântica, das matas ciliares dos rios e até de encostas de difícil acesso. Agora passarei a contar as alegrias e dificuldades que passei ao encontrar algumas frutíferas:
Abaixo, minha foto numa trilha nas Margens do rio Paranapanema.
Varias ocasiões do ano, visitei as margens do rio Paranapanema, e é nesse local que encontrei o Saputá que me inspirou a começar a pesquisar e colecionar as frutíferas, conforme contado na reportagem do Estadão. Visto que a planta é uma trepadeira, e de distribuição ocasional, foram 3 anos para encontrar o fruto na beira das barrancas íngremes do rio Paranapanema.
Abaixo a foto de minha primeira viagem de barco no Rio Paranapanema no ano de 1.998 em busca do saputá, nas proximidades dum local chamado paredão, infelizmente não encontrei nenhum fruto. Eu estou de costas com meu primo Thomas, no fundo está o piloteiro Datil e quem tirou a foto foi meu pai Jorge. Nessa época eu aproveitei a pescaria que fizemos para procurar o fruto.
Foram diversas viagens de barco, época de difícil navegação, pois quando o fruto amadurece o rio está em cheia, felizmente o amigo piloteiro Datil é cuidadoso e experiente quando aos caminhos pelo rio. Descemos o rio uns 7 km, pois a lavoura e a criação de gado principalmente impedem que as fruteiras (que são mais sensíveis e geralmente comidas pelo gado) se formem ou frutifiquem em lugares de fácil acesso, onde no passado existiam. Uma outra dificuldade foi a coleta dos frutos, que estão no topo das arvores e quando caem na água afundam e desaparecem. Foi somente na terceira viagem em fim de 2.002 que conseguimos uma boa quantidade de frutos. Mais o resgate das frutas não para por ai, pois geralmente é preciso desenvolver técnicas para a germinação e cultivo, o que só consegui quebrando a cabeça e testando vários substratos, ambientes (sol ou sombra) umidade etc... Mais hoje posso dizer que a planta desenvolve-se bem no sitio frutas raras e em outros pomares de fregueses colecionadores de frutas. Veja a ficha de cultivo do Saputá.
Abaixo está a foto da planta Saputá encontrado num lugar de difícil acesso n rio Paranapanema.
No decorrer do tempo, muitas outras viagem foram feitas em busca das frutas. Lembro-me que em 2.001 fomos até a Fazenda Deyse, propriedade do primeiro prefeito de Campina do Monte Alegre, o Sr. Carlos Eduardo. A propriedade e local onde chegamos para encontrar o Aguaí vermelho fica a 52 km de onde moro. Encontramos muitos frutos maduros no final de Fevereiro, mais tivemos de andar mais de 5 km para atravessar uma área de brejo alagado pelas chuvas de verão até chegar nas margens do rio Paranapanema. Apesar de conseguir muitas sementes só 1 germinou e felizmente a arvore está se desenvolvendo bem no sitio frutas raras. Depois dessa época, encontrei outras duas arvores na propriedade de um visinho no Distrito Salto do Paranapanema, mais a arvore não frutifica todos os anos e quando frutificou bastante em 2.005, uma enchente muito grande destruiu todos os frutos. Na semana passada em fevereiro 2.007, eu, a minha esposa Emilene e meu ajudante Benedito, voltamos até o pé do Aguaí vermelho mais infelizmente a arvore não produziu nenhum fruto, mais encontramos uma cactácea epífita típica de lugares úmidos, que tem um nome indígena meio complicado “ACUTIRÉM-BIU”. (clique no nome para ver a fruta)
________________________ ___________________________
Muitas outras expedições em busca de Frutas nativas foram realizadas pelo cerrado, onde diversas frutíferas de porte baixo foram encontradas, tendo todas elas grande potencial para desenvolvimento de cultivares para plantio comercial. Cito o nome de algumas frutas que encontrei nos campos e serrados de minha região:, Capicurú (peritassa Campestris), Guabiroba (campomanesia adamantium), Ariticum de moita (annona tomentosa), Ariticum de Raposa (annona cornifolia) que é a mais linda annona do cerrado, Marmelinho (cordieria elliptica), Pindauva do campo (duguetia furfuracea), Indaiá (Attalea gearensis), Pêra do Campo (eugenia klotzschiana), Pitanga anã (eugenia pitanga)e muitas outras como o raríssimo Ubá-peba (hexachlamys tomentosa) que corre o rico de extinção e que frutificou a primeira vez em novembro de 2.006 no Sitio Frutas Raras. Todas estas plantas serão cadastradas nas “FICHAS DE FRUTAS”. O ubá-peba foi encontrado em novembro de 2.002 na propriedade do Sr. José Sotto no Município de Buri –SP. O proprietário é muito consciente e me disse que todos os visinhos arrendaram suas terras para lavoura, mais ele não fará isso para “preservar a riqueza do Cerrado”. Veja a foto do campo natural que é usado apenas para pastagem (capim nativo) de algumas cabeças de gado leiteiro.
Para finalizar, vou relatar duas viagens feitas no município de Angatuba em 2.002 a procura do Mamaozinho do mato (vasconcella quercifolia) e 2m 2.003 a procura do Ariticum cagão (annona cacans). Como sempre, sou e fui muito curioso e perguntava para as pessoas mais velhas sobre as frutas que conheciam. Assim o Amigo Antonio Xavier que trabalhava como tratorista na fazenda 4ª, me falou que conhecia o Iaracatiá liso ou mamãozinho do mato que só ocorre em terrenos de altitude onde existe a terra preta de alta qualidade. Era um dia de verão e lá fomos nós, andamos 75 km para a fazenda Capim na região de serra de Angatuba, em direção a Botucatu. O amigo Xavier já não ia por aquelas bandas à alguns anos, mais lembrava bem de um lugar na beira da estrada que tinham vários pés do Mamãozinho, então encontramos, mais não havia nenhum fruto e pior os pés grandes estavam todos cortados pelo pessoal dos sítios que passava por ali e levavam o tronco da base para fazer doces. Encontramos 2 pés jovens e precisamos limpar uma população de urtigão para chegarmos até os pés. No dia seguinte plantei no meu pomar e no ano seguinte a planta produziu alguns frutos e muitas mudas puderam ser feitas a partir de sementes e até a presente data (10/02/07) muitas pessoas já plantaram em seus pomares mais de 100 mudas por mim produzidas.
|
A expedição em busca do Ariticum cagão foi feita em fim de fevereiro de 2.003 no tempo de chuvas e no dia de sexta feira, estava aquela garoa continua e eu tinha tirado carta a pouco tempo e nessa ocasião meu pai não pode ir junto comigo e o Xavier. Continuamos a jornada em direção ao rio Itapetininga, por uma estrada de terra escorregadia, percorremos 38 km até chegar, depois pedimos permissão para um vaqueiro ao entrar na propriedade. A mata em que o Antonio Xavier viu o Ariticum verde como ele chamava ficava nas proximidades da linha de trem, andamos 3 km debaixo de garoa fina com guarda-chuva e chegamos até a mata. Porém tivemos que dar uma volta por causa de uma cerca elétrica que impedia nossa passagem. Depois que entramos na mata demorou até localizarmos a arvore que estava tomada por cipós e finalmente avistamos e no alto da copa havia alguns frutos apenas, felizmente achamos dois frutos caídos no chão e conseguimos derrubar 2 frutos verdes. Antonio havia encontrado os frutos quando estava arando nas proximidades e visto já estar tarde e muito longe da sede da fazenda, já estava faminto e entrou nessa mata e encontrou o chão forrado de enormes frutos verdes, porem teve medo de come-lo e só comeu depois que eu pesquisei sobre os frutos e descobri que são comestíveis, o único inconveniente é que podem causar uma tremenda dor de barriga se ingerido em excesso. Em casa minha família, incluindo meu avó Rubens que estava passando férias em casa gostou do fruto, tanto que não se contentou em provar o pedaço maduro de fruto que levei e comeu o verde tão logo que amadureceu. Só que nessa semana eu viajei a fim de comprar uma câmera digital para fotografar as frutas e quando voltei para casa, o fruto já era, meu avó tinha comido. Felizmente sobraram as sementes que eu plantei e cerca de 6 meses as mudas já se formaram e hoje eu pude ter a alegria de ver o primeiro fruto produzido pelos pés que plantei após 3 anos. Vejam a foto do primeiro fruto na ficha do Ariticum cagão.
Com muito entusiasmo o trabalho de resgate e cultivo de nossas frutas nativas prossegue. A mata atlântica é o ecossistema mais ameaçado e com frutíferas desconhecidas pela maioria. Recentemente me perguntaram duma sapotácea chamada Guacá (provavelmente a Ecclinusa ramiflora) originaria da Serra da Mantiqueira. Outras frutas da mata atlântica que ainda penso ter a possibilidade de ir resgata-las são: A Guaporanga (marlieria tomentosa), o Murici cipó (byrsonima muricata) e a Brejauva mirim (bactris hatsbachii) e faço um apelo para que os visitantes entrem em contato caso tenham alguma pista destas e de outras frutas, pois no futuro poderei marcar expedições para tentarmos resgatar mais frutíferas ne nossas matas, campos e cerrados!
Contato: (0xx15) 98132 5140 e-mail – hnjosue@ig.com.br
Abaixo está a foto do rio Ribeira, divisa do Estado de São Paulo e Paraná, ambiente pouco explorado e conhecido, onde existem as 4 espécies de frutas alistadas acima e que precisam ser encontradas
@ 2.011 Todos os Direitos autorais reservados – Helton J. T. Muniz
|