ATHENAEA FASCICULATA

 

FAMILIA DAS SOLÁCEAS

 

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FRUTOS

FLORES

 ARVORETA COM 5 ANOS

FRUTOS VERDES ACIMA E MADUROS ABAIXO

 

NOMENCLATURA E SIGNIFICADO: GUAMARI-NHÊM vem do Tupi guarani e significa “Fruta ou alimento apimentado e doce”. Também chamada de Pimenta doce de arvore.

 

OBSERVAÇÕES: Encontrei essa espécie em 2 expedições realizadas entre 2017 e 2019 sempre na transição da floresta semidecidual para o cerrado. Encontrei a planta com flores, acompanhei e encontrei somente frutinhas verdes de 4 a 5 mm e todas consumidas por pássaros. Numa terceira visita ao local consegui encontrar 1 único fruto maduro e uma muda nas proximidades e a partir dai pude multiplicar. Hoje em 2025 tenho 4 arvoretas produzindo aqui. A primeira florada não segurou frutas em 2023, em 2024 por causa da seca produziu poucas flores e as frutas foram abortadas e em fevereiro de 2025 pude colher muitos frutos e valeu muito a pena todo o esforço para cultivar esta raridade!  

 

Origem: É nativa da floresta semidecidual sempre na transição para a floresta ombrófila, mista ou cerradão, ocorrendo esporadicamente na maior parte do Brasil principalmente na região sudeste e sul. Mais informações no link:

http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Athenaea_fasciculata

 

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Características: Arvoreta de 2 a 5 metros de altura, com copa em forma de taça com caules múltiplos e ramos pendentes.

Os ramos são cilíndricos e glabros (sem pelos) e inermes (sem espinhos). As folhas são isoladas, alternadas, e raramente geminadas (em grupo ou feixe). As folhas são membranáceas (textura fina), lanceolada (com forma de lança), e com ápice acuminado ou cuspidado (com ponta longa e estreita), medindo 3,5 a 9 cm de comprimento por 1,4 a 3,2 cm de largura. Essa espécie pode ser facilmente identificada por se observar os ramos e folhas (dorso) com pontuações negras. As flores surgem em fascículos ou feixes com 2 a 3 flores com pedicelo (cabinho) com 2 a 3,8 cm de comprimento. As medem 8 a 13 mm de diâmetro e tem cálice campanulado (forma de sino) e corola (involucro interno) rotáceo com forma de estrela e com manchas basais de cor magenta. Contem 5 estames, 3 maiores e 2 menores. O fruto é uma baga com cálice volumoso mais não acrescente, medindo 8 a 18 mm de diâmetro quando maduro de cor amarelo esverdeado com inúmeras sementes pequenas e bem semelhantes a sementes de pimentas.

 

Dicas para cultivo: Planta subtropical que resiste secas de 3 a 5 meses e a geadas de até – 3 grau, que pode ser cultivada em todo o Brasil, preferindo altitudes superiores variando de 400 a 1000 metros acima do nível do mar. Adapta-se a qualquer tipo de solo, mais frutifica melhor em terras úmidas e ricas em matéria orgânica. A planta começa a frutificar com 3 a 4 anos após o plantio. Essa espécie também pode ser cultivada em vasos grandes diferente das pimentas em geral, essa espécie tem hábito perene, vivendo por até 20 anos!  

 

Mudas: As sementes são minúsculas parecendo pequenos discos translúcidos. Após despolpadas sobre uma peneirinha e agua corrente, as sementes podem ser secas no sol por 3 a 4 horas e depois armazenadas em local escuro e com temperatura amena por 1 a 2 anos, sem perder o poder germinativo! Recomendo que se plante 43 sementes diretamente em sacos individuais contendo substrato feito de 40% de matéria orgânica feita de galhos e folhas trituradas + 40% de terra e + 20% de areia de rio. A germinação ocorre em 20 a 40 dias. Quando as plântulas estiverem com 10 cm de altura fez-se o desbaste deixando a planta mais vigorosa no saquinho. As mudas se desenvolvem melhor se cultivadas em pleno sol, atingindo 35 cm com 7 a 8 meses após a germinação.

 

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol ou na composição de bosques em praças ou jardins. Recomendo o espaçamento 3 x 3 em clima mais ameno e 4 x 4 m entre plantas em clima tropical. Abra covas com dimensões de 50 cm de largura, altura e profundidade, misturando a terra dos 25 centímetros da superfície, cerca 50 gramas de farinha de osso, 50 gramas de torta de mamona, + 4 a 6 pás orgânica bem curtida feita de galhos e folhas trituradas, deixando curtir por 2 meses. A melhor época de plantio é de setembro a outubro. Depois de plantada, irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar chuva por mais de 1 mês. Veja como fazer um bom plantio clicando aqui! 

 

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco, caso deseje que a arvore cresça ou caso prefira que produza uma copa arredondada, pode o broto terminal e faça podas de modelagem no inverno, podendo manejar os galhos amarrando-os para que crescem na horizontal para facilitar a colheita. Adubar com composto orgânico, pode ser 4 pás de matéria orgânica curtida feita de galhos e folhas trituradas + 50 gramas de farinha de osso e 50 gramas de torta de mamona, distribuindo os nutrientes à 10 cm do tronco; superficialmente, dobrando essa quantia a partir do 5ª ano e depois manter essa adubação.

 

Usos: Frutifica em fevereiro a abril. A fruta madura é muito saborosa e refrescante, tem sabor que lembra Physalis (juá poca ou camapú), pimenta mais doce e não arde, e após a degustação fica um sabor de mel silvestre incrível. Por isso recomendo o consumo e plantio dessa iguaria de nossas florestas! O fruto tem um enorme pogtencial para a gastronomia e pode ser usado em saladas, drinks, geleias, sucos e bebidas! Sendo de fácil cultivo e de rápida frutificação, esta espécie se torna muito promissora para ser cultivada pela agricultura familiar dispensando o uso de estufas plásticas! A arvore é ótima para ser cultivada em jardins ou pomares para atrair inúmeras espécies de pássaros. As flores são melíferas e ótimas para criadores de abelhas nativas.   

 

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