EUGENIA DICHROMA

 

FAMÍLIA DAS MYRTACEAE

 

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FRUTO MADURO E AMADURESCENDO

  FLORES

PLANTA CULTIVADA com 4 anos em dezembro de 2023

FRUTOS, POLPA E SEMENTES

COMO DESPOLPAR A FRUTA

POLPA CONCENTRADA PARA FAZER SUCO

 

NOME INDIGENA: PITANGA-DE-LAGARTO, nome este dado porque algumas espécies de lagarto da restinga consomem o fruto. Também é chamada de Pitanga-fanta (por lembrar essa bebida só que sem gás), de pitanga da restinga e pitanga da praia!  

 

Origem: Endêmica do bioma da floresta litorânea de restinga e sua mais expressiva ocorrência é no estado do Espirito Santo e norte do Rio de Janeiro; podendo aparecer também em algumas áreas do nordeste do Brasil. No site  https://floradobrasil.jbrj.gov.br/consulta/  o nome está com aplicação incerta, mais se pode encontrar base no trabalho das Myrtaceas da restinga em: https://www.researchgate.net/publication/271386699_Myrtaceae_da_restinga_no_norte_do_Espirito_Santo_Brasil

 

OBSERVAÇÕES: A espécie foi encontrada pelo amigo Klaus Schneider, nas restingas do Espirito Santo em 2018 e das sementes formei mudas e plantei 2 plantas em 17.12.2019. Os frutos recebidos tinham com avermelhada, mais aqui quando começaram a produzir em 2022 os frutos saíram de cor alaranjada. Essa mudança de cor pode ocorrer de acordo com a química e padrões de solo.

 

Características: Arvoreta de tronco bifurcado na mata e quando cultivado e na restinga aberta, o tronco é mais ramificado desde a base. A planta pode formar moita ou arvoreta de 2 a 5 m ou na mata da restinga pode atingir até 15 metros de altura. O trono é cilíndrico, medindo de 5 a 20 cm de diâmetro, com coloração parda e acinzentada, cuja casca desprende-se em laminas coriáceas retorcidas. A planta pode ser facilmente identificada por se observar o indumento (um tipo de pilosidade longa) pubérulo-esbranquiçado ou castanho-claro nos ramos jovens e folhas novas; e por se notar o fruto maduro alaranjado com glândulas bem marcadas. As folhas são simples, opostas, cartáceas (textura de cartolina) e fortemente discolores quando secas, medindo 5 a 12 cm de comprimento por 2,5 a 5 cm de largura, com base e ápice obtuso ou arredondado. As flores surgem em racemos (tipo de cacho) com 1 a 5 nós, de 3 a 5 cm de comprimento de onde nascem 2 a 10 flores brancas de 4 a 20 mm de comprimento, protegidos por brácteas orbiculares. Quando abertas tem pétalas brancas de 4 a 7 por 4 a 5 milímetros, com muitos estames de 6 mm de comprimento. Os frutos são oblongos (mais longos que largos) ou piriformes com 2 a 3,2 cm de comprimento por 1,7 a 2,3 cm de largura, com pele fina envolvendo polpa liquida de cor laranja e muito saborosa, sobre membrana aderida a uma semente grande de 1 a 1,4 cm de comprimento.

 

Dicas para cultivo: plantar preferencialmente em local sempre ensolarado ou em vasos grandes onde pegue sol da manhã até as 12 horas. Pode ser cultivada em solos arenosos, argilosos, latossolos vermelhos ou amarelos, profundos com boa drenagem e fertilidade e com pH entre 5,1 a 6,8. Resiste bem a ventos fortes, a geadas anuais de até 3 graus negativos e a secas de 5 a 7 meses sem chuva. Pode ser cultivada ao nível do mar até 1200 m de altitude e com temperaturas anuais médias entre 08 a 40 graus.

 

Mudas: apresenta crescimento rápido, atingindo 70 cm com 2 anos e a frutificação se inicia com 3 anos após o plantio. A multiplicação é feita por sementes frescas e limpas que deve ser plantadas diretamente em saquinhos individuais contendo substrato feito de 30% de areia de rio, 30% de terra vermelha e 40% de matéria orgânica bem curtida. As sementes têm 90% de poder germinativo e começam a nascer entre 25 a 60 dias e as mudas atingem 45 cm com 11 a 12 meses de idade. Pode ser plantada no local definitivo num espaçamento de 4 ou 5 m entre plantas a depender do tipo de solo.

 

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol ou na meia sombra. Plantar em covas quadradas com 50 cm nas 3 dimensões, adicionando 50 gramas de farinha de osso, 100 gramas de cinzas e 5 a 8 pás de matéria orgânica bem curtida. A melhor época de plantio é de novembro a dezembro. Após plantada, irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada. Para cultivar em vasos use os de barro como medida de 50 cm de altura e 40 cm de diâmetro. Coloque no fundo do vaso uma camada de 5 cm de pedra para drenar bem a água e utilize substrato feito de 50% de terra vermelha, 20% de areia e 30% de composto orgânico bem curtido.

 

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. Adubar com composto orgânico, pode ser 1 a 3 pás de composto orgânico bem curtida + 40 gr de farinha de osso e 100 gramas de cinza de madeira ou torta de mamona. Depois use a mesma quantia ano após ano. É uma planta muito resistente a seca, a pragas e doenças.

 

Usos: Frutifica nos meses de dezembro a janeiro. A planta pode ser cultivada em projetos paisagísticos como ornamental e não pode faltar na recuperação de áreas degradadas, pois seus frutos alimentam a ave-fauna. As flores surgem em grande quantidade no inicio da primavera, são aromáticas e tem grande potencial melífero. Os frutos podem ser colhidos manualmente quando estivem caídos no chão sob a copa da planta. Pode ser consumida in natura, apenas sugando a polpa, a casca e a membrana que envolve as sementes tem sabor amargo. A melhor forma de aproveitar os frutos dessa espécie é despolpar manualmente sobre uma peneirinha e um pouco de agua conforme foto acima. Cerca de 3 kg de frutas maduras despolpadas em uma vasilha com 2 litros de agua pode render 2 litros de suco concentrado. Utilize 100 ml para fazer 1 litro de suco que é muito refrescante e nutritivo com gosto que lembra a fanta. A polpa concentrada pode ser utilizada para fazer sucos, gelatinas e bolos. 

 

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