BYRSONIMA LAXIFLORA

 

FAMILIA DAS MALPIGHIACEAE

 

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FRUTOS, POLPA E SEMENTES

FRUTOS AMADURESCENDO

 

FLORES

ARVORE

 

NOME INDIGENA: MURICI-TANGA vem do tupi-guarani e quer dizer “fruta que dá bebida resinosa” e o termo TANGA quer dizer “alaranjado”. Também chamado de Murici da Mata e Murici alaranjado do nascido no pomar do Helton, ou Muricí cor de burro-quando-foge – pelo fato de ser difícil descrever a cor pois em vários estados de maturação o fruto é amarelado, ora alaranjado, ora arroxeado e ora amarronzado.

 

Origem: Essa espécie ocorre é endêmica do Brasil, porém com vasta distribuição pelos estados do Tocantins, Maranhão, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, ocorrendo ocasionalmente em matas ciliares ou de galeria, Brasil. Mais informações em: http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Byrsonima_laxiflora

 

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OBSERVAÇÕES: Este murici nasceu próximo a um pé de caju e outro pé de caimito em 2020. Em 2021 quando estávamos fazendo podas e limpeza no pomar, notamos esse murici mais em local improprio, daí cortei a arvoreta na altura de 60 cm do chão para depois arrancar o toco, dai ao cair vimos que a planta estava com algumas frutas alaranjadas e só ai fui perceber que se tratava de outra espécie de murici com certeza plantado por pássaro que comeu o fruto na mata e defecou ali entre as arvores e nasceu essa raridade! Lamentei ter cortado, mais não arrancamos e a arvore rebrotou e está produzindo lindos e saborosos frutos agora no inverno de 2024!

 

Características: Arvore que cresce de 4 a 10 m de altura formando copa ovalada. O tronco tem casca fina e coloração castanho acinzentada, com textura áspera e lenticelada (verrugas ou estrias) no sentido longitudinal, quando velho o tronco fica com casca fendilhada. Os ramos jovens são coberto de tricomas (pelos em forma de T) ferrugíneos, tornando-se esbranquiçados e presentes somente no pecíolo e nervuras da folhas mais velhas. As folhas são simples, opostas, discolores (com duas cores), coriáceas (rijas como couro), sob pecíolo (haste ou suporte) 1 a 1,8 cm de comprimento. Têm estipulas (tipo de lamina de proteção) na base dos pecíolos, medindo 0,1 a 0,3 mm de comprimento, e conadas na base. As folhas medem 4 a 14 cm de comprimento por 2 a 6,8 cm de comprimento, com margem levemente revoluta (enrolada) e base cuneada (forma de cunha) e ápice agudo (ponta curta). As flores são hermafroditas, com glândulas nectaríferas, medindo 8 a 10 mm de diâmetro; são: actinomorfas (com vários planos passando pelo mesmo eixo), pentâmeras (organizado a base do número 5) que nascem em racemos ou cachos cobertos de tricomas ferrugineos (pelos em forma de T) de 8 a 12 cm de comprimento. Fruto drupa de 1,1 a 1,7 cm de diâmetro com casca variando de cor conforme explicado acima, com polpa agridoce envolvendo 1 semente globosa e estriadade 5 a 6 mm de diâmetro.

 

Dicas para cultivo: Adapta-se a qualquer tipo de clima e solo que deve ser profundo, do tipo arenoso e com pH acido ou neutro. Deve evitar o plantio apenas climas temperados com grande incidência de geadas. Suporta geadas ocasionais de até -3 grau. Pode ser cultivada em qualquer altitude, desde que a umidade do ar fique entre 38% a 85%. Começa a frutificar com 3 a 4 anos dependendo dos tratos culturais. 

 

Mudas: As sementes limpas podem ser armazenadas por 12 meses sem perder o poder de germinação. A semeadura deve ser feita diretamente em saquinhos individuais contendo substrato com 50 % de terra vermelha + 40% de matéria orgânica e 10 % de areia branca e deixados em ambiente sombreado, onde a umidade é mantida, mais nunca se deve deixar encharcar. A porcentagem de germinação é baixa e fica entre 45 a 75%, e por isso convém colocar 3 sementes por embalagem. Os saquinhos depois de semeados devem ficar em pleno sol e receber irrigação diária. A germinação se inicia com 45 a 90 dias e o crescimento das mudas é moderado, atingindo 40 cm com 10 meses de vida.

 

Plantando: Em pleno sol ou na sombra com boa luminosidade, em pomares, em jardins botânicos ou em coleções de recursos genéticos por ser espécie rara. Plantar com espaçamento de 4 a 6 m, em solos de terra vermelha ou arenosos, que sejam úmidos e profundos, com pH entre 4,5 a 6,8. As covas devem ter 50 cm de largura, altura e profundidade. Misture 4 a 5 pás de matéria orgânica decomposta de origem vegetal + 50 gramas de farinha de osso e 50 gramas de torta de mamona nos 25 cm da terra da superfície e deixe curtir por pelo menos 1 mês antes do plantio Pode ser cultivada em altitudes de 450 a 1.200 m com temperaturas anuais de 8 a 40 graus. Plantar de out a dez e irrigar com 10 l de agua, uma vez por semana.

 

Cultivando: Tem crescimento rápido, atingindo 1 m com 10 a 12 meses, começando a produzir a partir do 2º ao 4º ano após o plantio. Veja como fazer a irrigação, adubação, podas de formação e limpeza na introdução do fascículo 1 Frutas do mato. Essa espécie frutifica muito bem se receber irrigação constante. A colheita do fruto vai de abril a junho e os frutos logo após caírem espontaneamente da arvore. Após isso deixar chegar no sol ou em lugar seco por 3 a 5 dias quando ficarão bem saborosos para consumo in natura ou outro usos.

 

Usos: Os frutos alimentam pássaros e diversos animais terrestres como pacas, furões, porco do mato, quatis e iraras. A polpa é muito espessa e farinhosa, solta fácil da semente e tem sabor muito agradável que lembra maçã e bolo de coco. Após chegar o ponto na cor amarronzada e um pouco enrugado, o fruto pode ser despolpado; podendo a polpa ser congelada para uso futuro ou usada imediatamente para fazer sucos, batidas, sorvetes, mousses e pudins. Pela qualidade dos frutos essa espécie merece maior atenção de todos e tem grande potencial para cultivo comercial para se fabricar vários tipos de alimentos!

 

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