Acanthosyris spinescens

 

FAMILIA DAS SANTALACEAE

 

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FRUTAS

FLORES

ARVORE

FRUTOS, POLPA E SEMENTES

 

NOMENCLARUTA E SIGNIFICADO: BAGÉ – veja observações abaixo. SOMBRA-DE-TORO ou TOURO, nome originário do Rio Grande do Sul, vindo da observação de bois aproveitarem a sobre desta arvore próxima a riachos para descaçar e ruminar. Não conheço outros nomes populares ou indígenas. Essa espécie pode muito bem ser chamada de “Umbú do Sul” pois os frutos lembram muito o Umbu do nordeste (Spondias tuberosa) tanto pelo formado e pelo sabor da fruta!

 

ORIGEM: Espécie é bem rara e encontrada na beira de rios e em áreas inundadas de matas de galeria e nascentes no estado do Rio Grande do sul e no município de Guarapuava no estado do Paraná, Brasil. Mais informações no link:  http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Acanthosyris_spinescens

 

OBSERVAÇÕES: As plantas que tenho na coleção foram presente do amigo e especialista em panks Valdely Kinupp, no ano de 2010 quanto trocamos varias mensagens na época em que fez a tese sobre as Plantas Alimentares do Rio Grande do Sul que pode ser acessado em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/12870

O nome indígena dessa espécie segundo minha experiência ao estudar nomes de origem indigena pode ter vindo de My-ba-ié que pode ter sido simplificado e aportuguesado como Bagé que é o nome atual de uma cidade bem ao sul do estado do rio Grande do sul, próximo ao Uruguai, e exatamente onde existe a maior concentração natural de ocorrência dessa espécie. Na língua indígena MY ou M quer dizer ‘alimento nutritivo’, e a palavra Ba - quer dizer ‘fruta’ e IÉ – pessoa, - A etimologia ficaria assim “Fruta nutritiva ou que alimenta pessoa”! É muito provável que o nome dessa cidade tenha surgido do nome indígena dessa espécie frutífera nativa.  

  

Características: É um arvore de médio porte com de 3 a 8 m de altura. A copa é arredondada, ramificada e densa, com ramos terminais com espinhos de 1 a 2,3 cm de comprimento. O tronco é cilindrico, mede 10 a 25 cm de diâmetro e tem casca amarelo escuro e grisalhada, com casca fissurada e corticosa no sentido vertical. As folhas são coriáceas (rijas como couro), alternas, com braquiblastos (com crescimento muito próximo uma das outras), são curto-pecioladas, com pecíolo (cabinho) de 0,5 cm de comprimento. As lâminas são obovadas, raro elípticas (alongadas), com ápice arredondado e base decurrente (que se prolonga no pecíolo), medindo 2 a 6 centímetros de comprimento por 05 a 1,5 cm de largura. As flores são agrupadas no ápice da inflorescência que é glabra (sem pelos). Com 3 a 6 tépalas (ciomponente da parte do cálice as flor) externamente glabras (sem pelos) e estames mínimos de cor amarelada. O fruto é uma drupa (fruta carnosa com 1 semente) glabra (sem pelos); globosa; com casca epicarpo amarelo; medindo 1,5 a 2,7 cm de diâmetro, com polpa liquida e gelatinosa, envolvendo uma única semente globoso de 0,5 a 1,2 cm de diâmetro com amêndoa também comestível.

 

Dicas para cultivo: É de fácil cultivo, pois se adapta a diversos tipos de clima e solo. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 1.300 m de altitude. Os índices de chuvas podem variar de 1.000 a 2.300 mm anuais, com a umidade do ar variando de 75 a 85%. Os solos que essa espécie prefere são: os cambissolos (arenosos e ricos em matéria orgânica, planossolos (terras de planícies do rio Paraná e Uruguai), latossolo (terra vermelha ou terra amarelada) ou qualquer terreno que tenham boa umidade e sejam profundos e com boa fertilidade natural e tenham pH variando de 4,5 a 6,2. Essa espécie é resistente a mínimas de até - 5 graus e a períodos de seca, suportando períodos de enchentes de 10 a 22 dias na beira de rio ou várzeas.

 

Mudas: Suas sementes globosas, marrons e grandes. São retiradas de frutos maduros e lavadas em água corrente sobre uma peneira, devendo essas serem secas ao sol por 4 horas. Depois de limpas e secas as sementes podem ser armazenadas por até 2 anos em embalagens escura, mantendo 70% de seu poder germinativo. Normalmente as sementes devem ser semeadas logo após beneficiadas em sementeira ou saquinhos individuais de 17 por 22 cm, contendo o seguinte substrato: 1 parte de terra vermelha de superfície peneirada, 1 parte de composto orgânico feito de folhas e galhos triturados e 1 parte de areia de rio. Após os ingredientes serem misturados preencha as embalagens e cubra as (2 a 3) sementes com 1 cm de substrato. A irrigação deve ser feita dia sim, dia não e a germinação é quase 90% e ocorre em 280 a 390 dias. As mudas atingem 20 cm de altura com 10 a 12 meses após a semeadura, quando já podem ser plantadas em local definitivo. 

 

Plantando: Recomendo que seja plantada a pleno sol num espaçamento 5 x 5 m. As covas devem ter dimensões de 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 20% de areia de rio + 30% de composto orgânico (folhas e galhos triturados, veja mais clicando aqui) + 50 gramas de farinha de osso ou chifre e deixar curtir por 2 meses. A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover. Para plantar no vaso (de 50 cm de altura por 40 cm de largura) deve ser usado terra vermelha e a mesma mistura indicada acima, tomando o cuidado apenas de colocar uns 4 cm de pedra no fundo do vaso para ocorrer uma drenagem rápida. Veja como fazer um bom plantio, clicando aqui!

 

Cultivando: A planta cresce lentamente e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se fazer capinas periódicas para que o mato não sufoque a planta. Essa espécie começa a dar as primeiras frutas com 7 a 10 anos após plantio da muda, a depender do clima e tratos culturais. Fazer apenas podas de formação eliminando os ramos que nascerem na base do tronco e os galhos voltados para baixo ou para o interior da copa. Adubar com composto orgânico, pode ser 2 pás + 50 gramas de farinha de chifre ou de osso até o oitavo ano de idade, a partir do nono ano, coloca-se o dobro na hora da adubação. Distribuir e distanciados 10 cm do caule. É uma espécie bem resistente a pragas e doenças.

 

Usos: Frutifica em janeiro a março. Os frutos são muito saborosos e refrescantes, e sua polpa gelatinosa lembra o sabor do Umbú (Spondias tuberosa) e é um alimento muito nutritivo, tirando a fome se consumir 8 a 10 frutas. Esses são ótimos para o consumo in natura, ou para fazer sucos, geleias e sorvetes. A arvore é caducifólia (perde as folhas no inverno) e de porte reduzido e por isso serve muito bem para arborização urbana sob redes elétricas. As pequenas flores produzem néctar e pólen para abelhas indígenas pequenas sem ferrão; e seus frutos atraem muitos pássaros. Essa espécie rara não pode faltar em projetos de reflorestamentos e em pomares de coleções para ser preservada!.

 

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