EUGENIA HIEMALIS FAMÍLIA DAS MYRTACEAE

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FRUTAS E SEMENTES – variedade do cerrado.	PLANTA – variedade do cerrado.
Flores – variedade do cerrado.	Frutos – variedade do cerrado.
FRUTAS AMADURESCENDO – variedade da floresta semidecidual	FRUTAS E SEMENTES – variedade da floresta semidecidual
RAMOS E FOLHAS – variedade da floresta semidecidual	FRUTO MADURO – variedade da floresta semidecidual

NOMENCLATURA: BAICAMIM vem do tupi guarani e significa “fruta pequena de folha afinada” característica bem notória ao se observar as folhas estreitas e com ponta afinada. Também recebe o nome de guamirim preto e guai do bosque. Em  alguns lugares é chamada de GUAMIRIM DO INVERNO OU GUAMIRIM APERTA CU (POR CAUSA DAS PROPRIEDADES ANTI-DIARREICAS).

ORIGEM: Planta que ocorre em praticamente todo o Brasil, aparecendo em diversos biomas e formações florestais, sendo mais comum no bioma do cerrado. Pode ser encontrada desde Goiás até o Rio Grande do Sul. Mais informações no Link: http://servicos.jbrj.gov.br/flora/search/Eugenia_hiemalis

OBSERVAÇÔES: Encontrei essa rara espécie em plena floração no mês de Agosto em 2.017 em expedições em remanescentes do cerrado em Angatuba – SP, e também na floresta semidecidual no município de Angatuba no ano de 2019. Essa espécie apresenta variadas formas e tamanho de folhas, com uma morfologia bem variada conforme se pode notar nas 2 variedades fotografadas acima.

Características: arbusto com a parte aérea ramificada desde a base, formando às vezes touceiras. A planta cresce de 1 a 3 m de altura, tem tronco com casca marrom escura com superfície fissurada e com descamação em placas estreitas. As folhas são simples, opostas, lanceoladas (forma de lança), cartáceas (como cartolina) e de coloração acobreada quando na brotação. A lâmina mede 2 a 3,5 cm de comprimento por 0,8 a 1,7 cm de largura. A espécie pode ser facilmente identificada por se observar o ápice da folha que é alongado e estreito. As flores surgem de gemas no ápice dos ramos, isoladas ou aos pares sobre pedúnculos (cabinhos) verde, com 1 a 2,4 cm de comprimento com uma flor com sépalas minúsculas persistentes no fruto e pétalas brancas estreitas.  O fruto é baga que mede 0,5 a 1,2 cm de diâmetro, cilíndricas ou ovais e quando bem maduras ficam com cor negra, com carne ou polpa delicada e doce envolvendo de 1 semente pequena, cilíndrica de 5 a 7 mm de comprimento.

Dicas para cultivo: plantar em local sombreado ou pleno sol em vasos grandes (veja mais informações nas páginas 9 e 10 do fascículo 1). Pode ser cultivada em solos arenosos, argilosos, latossolos vermelhos ou amarelos, profundos com boa drenagem e fertilidade e com ph entre 5,1 a 6,8. Resiste bem a ventos fortes, a geadas anuais de até 3 graus negativos e a secas de 5 a 7 meses sem chuva. Pode ser cultivada ao nível do mar até 700 m de altitude e com temperaturas anuais médias entre 08 a 40 graus.

Mudas: apresenta crescimento moderado atingindo 80 cm com 3 anos e a frutificação se inicia com 3 a 4 anos após o plantio. A multiplicação é feita por sementes frescas e limpas que deve ser plantadas diretamente em saquinhos individuais contendo substrato feito de 30% de areia, 30% de terra vermelha e 40% de matéria orgânica bem curtida. As sementes têm 90% de poder germinativo e começam a nascer entre 25 a 40 dias e as mudas atingem 30 cm com 10 a 12 meses de idade. Pode ser plantada no local definitivo num espaçamento de 3 ou 4 m entre plantas a depender do tipo de solo.

Plantando: Pode ser plantada a pleno sol ou na sombra como ocorre em estado natural com essa espécie. Plantar num espaçamento 4 x 4 m em covas quadradas com 50 cm nas 3 dimensões, adicionando 500g de calcário, 1 kg de cinzas e 8 pás de matéria orgânica bem curtida. A melhor época de plantio é de setembro a outubro. Após plantada, irrigar a cada quinze dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada. Para cultivar em vasos use os de barro como medida de 50 cm de altura e 40 cm de diâmetro. Coloque no fundo do vaso uma camada de 5 cm de pedra para drenar bem a água e utilize substrato feito de 50% de terra vermelha, 20% de areia e 30% de composto orgânico bem curtido.

Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. Adubar com composto orgânico, pode ser 1 ou 2 pás de cama de frango bem curtida + 30 gr de N-P-K 10-10-10 dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano. Depois use a mesma quantia ano após ano. É uma planta muito resistente a seca, a pragas e doenças.

Usos: Frutifica nos meses de novembro a fevereiro. A planta pode ser cultivada em projetos paisagísticos como ornamental e não pode faltar na recuperação de restingas, pois seus frutos alimentam a ave-fauna. As flores surgem em grande quantidade na primavera, são aromáticas e tem grande potencial melífero. Os frutos amadurecem em outubro a novembro e podem ser colhidos manualmente quando estiverem totalmente pretos; estes, tem sabor que lembra um pouco a goiaba e são ótimos para conter a diarreia ou a desinteira sendo esse o motivo de ter no nome de ‘aperta cu’. Os frutos podem ser beneficiados manualmente esfregando-os sobre uma peneira fina e a polpa pode ser utilizada imediatamente para fazer sucos, sorvetes, geleias, ou ainda pode ser congelada para uso futuro. Essa espécie não pode faltar num pomar de frutas raras pois Floresce abundantemente no final do inverno, fornecendo néctar e pólen para as abelhas e as frutas maduras atraem inúmeras espécies de pássaros da família dos saíras.

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